Monday, September 22, 2008

Novo blog

Podem aceder ao meu novo blog aqui.

Saturday, September 6, 2008

The ending

Já há algum tempo que tenho vindo a matutar um texto sóbrio, cheio de metáforas e de alusões a Erasmus e a despedidas e a finais e a novos recomeços e isso tudo, de modo a encerrar este blog. Mas não, este blog tem vindo a perder as suas forças ao longo do tempo. O intervalo entre cada post tem vindo exponencialmente a aumentar há alguns meses (pelo menos cumulativamente). Não posso dizer que me tenha servido assim de tanto, enquanto pioneiro ou algo parecido do meu crescimento pessoal. Talvez seja, e mais uma vez, desde ultimamente, um espelho (pouco fiel, por vezes) da minha vida em Coimbra. Não da vida que tinha, nem da nova que construí (e depois de parte dela ter-me sido retirada), mas da vida que era e que já não é. E do modo como tudo isso faz sentido agora. Por isso está na hora de deixar Coimbra, de abandonar o que lhe pertence e que foi responsável pela minha partida. Não me arrependo de nada do que fiz até agora; arrependo-me talvez de não tê-lo feito mais cedo. E depois do pânico temporário de ter pensado que não o poderia fazer de todo, neste momento estou a pouco mais de duas semanas de ir. E de querer lá ficar, talvez. Quero é ter a vossa visita.

Acabei por abrir muitas das minhas janelas, as que estavam ao meu alcance. Está na altura de experimentar abrir portas. Já não sou quem era (como dizia o Variações). E isso sabe tão bem, tão bem...


Farewell. Estarei de volta em breve, um novo blog, novas experiências.

(Acabei mesmo por usar metáforas e aquelas coisas assim.
Mas foi na inspiração do momento.)

Tuesday, August 26, 2008

Descoberta

Aqui fica o endereço de um photoblog sobre a Sicília, que descobri por acaso, a navegar pela internet.

Thursday, August 21, 2008

Para ser grande, sê inteiro: nada
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive


Ricardo Reis

Wednesday, July 23, 2008

Há alturas na vida, ou do dia (ou à noite, antes de ir dormir, quando o silêncio já se impôs sobre a madrugada - como neste momento) em que começamos a pensar. A pensar sobre a vida. A vida que levamos, sobre a que temos e a que queremos. Até sobre a vida que tivemos, o que fomos, somos, vamos e queremos ser. Pensamos nos amigos. Nos amigos que temos. Aqueles amigos que te telefonam para contar uma piada parva. Nos amigos que se zangam contigo. Que se zangam para te chamar à razão. Nesses amigos que sabes, de coração, que são para a vida. E pensamos nos amigos que foram. Naqueles amigos que víamos de outra forma há tempos atrás. Pensamos naquilo que ganhamos, e naquilo que perdemos, deles e com eles. Ficas tristes porque os reencontras e sabes, de coração, que pouco ou nada resta. E duvidas, questionas se realmente o que havia era de verdade. Se o que existia foi ou não verdade. Porque parecia. Eram também amigos que se riam contigo, que te davam abraços, que te telefonavam e vinham logo a correr sempre que estivesses mal, ou menos mal. Mas não importava. Não era preciso nenhum requisito, não era preciso preencher nenhum padrão, nenhum nada. Apenas estarem, serem, era suficiente. E agora, porque não é suficiente? O que muda? As pessoas? As relações entre elas? Será assim tão incompatível a existência de escolhas diferentes na vida? Será assim tão difícil que as pessoas tenham a capacidade de se adaptar? Ou a capacidade de dar oportunidade a si próprias, mesmo antes de dar a oportunidade a outros? Será, no fundo, um vai e vem constante de pessoas, aquelas que entram e saem da nossa vida? Sim, claro que sim, mas porque é que elas saem quando tu não queres que isso aconteça? E ironicamente, quando isso acontece, porque sentes que não fazes um esforço suficiente para o contrariar quando isso se afigura a acontecer? Não sei. E o não saber, que costumava deixar-me ansioso e retraído, aos poucos vai-se esvaindo ele também. Não saber é ter medo. Mas ter medo é sentir. Não saber é dares-te a conhecer um pouco mais, é poderes ter a oportunidade de tentar, querer, ter de saber. E é verdade, não sei onde estarei no futuro. Não sei se a minha partida desta cidade, se um ano fora de casa, fora daquilo que conheço como sendo a minha vida me vai trazer respostas. Ou simplesmente dizer-me que até não são precisas. Tenho medo. Medo de ficar sozinho, de não saber onde irei viver, quem irei encontrar, dos amigos que posso perder aqui. Porque posso. Mas não quero. E tenho que acreditar que não vou perder. Tenho de saber que quem deixo vai também comigo. E pensar que o que pode ter sido, foi. Fica lá como memória, que consegues ver quando fechas os olhos. Que relembras quando passas num determinado sítio. Que até te faz sorrir, mesmo passado tanto tempo após aquela peripécia que passaram juntos. Sentes que fizeram um pouco daquilo que és. E que gostas de todo o encaixe que essas peças fazem no teu dia-a-dia, na tua existência. No teu sentido de viver. No fim, o medo dá lugar à realização. À epifania que te mostra algo de novo a surgir por entre linhas de um livro esquecido, a ganhar pó numa estante. Dá lugar à sabedoria, ao estar preparado. E lugar a que muito mais possa acontecer. Desde que nunca pares. Desde que nunca te deixes abater. Porque no fim, os teus amigos, de coração, vão lá estar sempre.

Monday, July 21, 2008

Arrivederci

"Sabesh qué aqui os Erasmus sao á tua família. Una vesh qui elesh vao imbora tu percebesh qui chégou a hora de venire também. Más fu munto bóm, munto bóm meshmo. Obrigado por tudo, Riccardo, foste un amigo muito importante para mi, obrigado por toda a ajuda. Ci vediamo al prossimo anno!"

Palavras de um amigo italiano, no seu último dia em Coimbra.

Monday, July 7, 2008

Countdown

Acabei de comprar o bilhete de avião Lisboa - Palermo.

22 de Setembro. 10:05h.

:)

Saturday, June 21, 2008

Segredo

Acho que estou... apaixonado.




Friday, June 13, 2008

Funny :)

Tuesday, June 10, 2008

Scrubs :)

"Carla: What's your secret? Are you pregnant?
Elliot: Why would I be talking to Kelso if I was pregnant?
C.: Ahhh! It's his baby?!
E.: That was one dream, Carla! And it doesn't count, because he was half dolphin...
C.: Which half?"

É impossível não amar esta série. Faz-me sempre rir, rir e rir.

Wednesday, May 28, 2008

could it be?

Estar apaixonado é como ter uma doença mental; uma esquizofrenia, uma psicose, uma doença psiquiátrica qualquer:
- Não se sabe a causa orgânica que despoletou os sintomas
- Acreditamos numa realidade inexistente, mesmo quando toda a genta à nossa volta nos diz o contrário ("esses sons que ouves não existem!"; "não vês que ele é um filho da ... e não serve para ti?")
- Temos pensamentos recorrentes (de morte, por exemplo, num caso, e na pessoa por quem estamos apaixonados, no outro)
- Não se sabe o mecanismo de "cura", nem as causas que a favoreceram (se pensarmos bem, porque razão deixamos, de um momento para o outro, de gostar da pessoa? Ou será uma evolução gradual? Ou nunca deixamos de gostar verdadeiramente, e ficamos à procura de projectar esses sentimentos na próxima pessoa? Isto porque acredito que procuramos sempre a mesma pessoa ao longo da nossa vida)
- E é verdade, pode acontecer a qualquer um.

Uma amiga um dia disse-me que gostava de saber qual é o mecanismo químico que faz com que nos apaixonemos, e porquê. Não consigo deixar de pensar noutro montão de questões: atrai-nos no outro o que nos falta em nós?, Ou será a procura do parceiro com os melhores genes para assegurar uma descendência forte e superior?, Ou poderá ser aquele sorriso esquivo de cumplicidade numa fila do cinema, a maneira como veste desajeitadamente o casaco, o olhar petrificado com que fica quando está num concerto de jazz, ou mesmo a gargalhada aliviadora numa tarde de café com os amigos? ...

Descobrir o "caminho químico" da paixão/amor seria vantajoso para descobrir, talvez, um fármaco que revertesse a dôr de quem está apaixonado e não é retribuido, por exemplo.
Mas o que seria de nós então? Meros robôs? Brinquedos tele-comandados por impulsos artificiais do cérebro? Hmmm... Naaaaaa!

Eu cá prefiro as borboletas no estômago, a suavidade da tua pele, o vazio de te ver partir, a dôr excruciante de quando não estas mais lá. Isso sim, é poder sentir-me vivo.

Saturday, May 24, 2008

Our death is our wedding with eternity.
What is the secret ?
God is one.
The sunlight splits when entering the windows of the house.
This multiplicity exists in the cluster of grapes.
It is not in the juice made from the grapes.
For he who is living in the light of god,
The death of the carnal soul is a blessing.
Regarding him say neither bad nor good.
For he has gone beyond the good and the bad.
Fix your eyes on god and do not talk about what is invisible,
So that he may place another look in your eyes.
It is the eternal light which is the light of god.
The ephemeral light is an attribute of the body and the flesh.
Oh god, who gives the grace of vision.
The bird of vision is flying toward you
With the wings of desire.

From de Mystic Odes
Mawlānā Rūmī (Poeta persa)

Tuesday, May 20, 2008

Barcelona

Absorvi-te porque caminhei pelas tuas ruas vazias. E por aquelas cheias de gente.
Porque são as pessoas que fazem de ti a cidade que és, que me fez apaixonar outra vez.
Uma lufada de ar fresco, de novo o crepitar das emoções há muito adormecidas.
Também pelo catalão, bruto e antipático. Pelo castelhano suave da população sul-americana.

É disto tudo e muito, muito mais, que se faz a poesia que se ouve do alto de Montjuic, dos átrios dos museus, das ruas estreitas, das avenidas, do verde dos parques, das línguas que se ouvem na rua. E tudo isto só em 4 dias...

Rendi-me.

"Barcelona
It was the first time that we met
Barcelona
How can I forget
The moment that you stepped into the room
You took my breath away
Barcelona
La música vibró
Barcelona
Y ella nos unió
And if God willing we will meet again someday"

Friday, May 2, 2008

Coimbra


Talvez porque não é a primeira vez
Nem será a última.
Mas é o mesmo sentimento, a mesma paixão que me move.

São aqueles que há muito tempo não trajavam, e passam para cima e para baixo, na rua.
Talvez seja o calor tímido de Maio, o espírito inaudível, invisível mas tão entranhado... O orgulho de ser estudante de Coimbra.

Apenas a velha máxima se aplica aqui: só o sente quem cá está.
As lágrimas dos que partem, os sorrisos tímidos do que vestem o traje pela primeira vez.
Que saudades de vestir o traje pela primeira vez...

Uma multidão sem precedentes, o respeito pela tradição... A saudade...
O amor por esta academia, que uma vez por ano nos relembra da sorte que temos.

Adoro-te Coimbra... e odeio-te por isso.

Tuesday, April 29, 2008

"I never thought that I would be in a relationship, at all. I thought I didn't have what it takes, that no one could possibly love me enough to stick around. But he did. For 23 years we shared our bodies, our hearts... our souls.

It wasn't always easy, it wasn't always fun... but it was always worth it."

in Six Feet Under

Saturday, April 19, 2008

Uns chamam-me pessimista, outros idealista, outros até podem achar que sou hipócrita. Se sou realista, dizem que sou um pessimista que não o quer admitir.

Qual é o problema de querer ver o mundo como ele é e não como devia ser? Não vejo o mundo a preto e branco, procuro é outras virtudes, conceitos, destinos.

Não sei se este sufoco que vou sentindo um dia acaba por desaparecer. Quem sabe até se afinal sou alguém diferente?

Quero saber quem sou, e não consigo.

Sunday, March 23, 2008

A week to remember

Depois de uma semana de estágio no Berçário do Serviço de Neonatologia do Hospital de São Marcos, descobri que:

- Por motivos de segurança, o Berçário é guardado por portas vermelhas, daquelas que parecem as saídas de emergência dos centros comerciais, e que só se abrem digitando um código (malditas portas que me deixavam uma eternidade à espera de manhã, até que entrasse alguém que soubesse o código);

- Os Pediatras gostam imenso de usar diminutivos: "E já fez cocozinho? E xixizinho? Pega bem à maminha?";

- Os 3 IAC's (internos do ano comum) que começaram na segunda-feira sabiam quase tanto daquilo como eu (suportaram a minha teoria de que afinal não temos mesmo de saber Histologia nem as vias JAK-STAT para sermos médicos);

- Uma das internas, que se deve achar a maior desde que lhe deram um número na Ordem dos Médicos, irritava-me a ponto de me querer auto-mutilar;

- Há um pequeno "ódio de estimação" comum aos Pediatras pelas mães que fazem perguntas estúpidas: "Aquela ali 'tava preocupada porque não achava normal que o filho tenha começado a falar tão cedo";

- O 4º interno, o espanhol de Clínica Geral, que chegou na 3ª feira, tinha uma barriga gigante (se não fosse a barba podiam achar que estava ali no Berçário para lhe induzirem o trabalho de parto) e tinha o cabelo cheio de caspa. Era esquisito;

- Se proporcionam cenários caricatos: Na sala de partos, uma mulher, de pernas abertas, que tinha acabado de ter o segundo filho, era observada por 3 curiosos (incluindo eu) enquanto o Obstetra lhe suturava o local por onde o bebé tinha saído há 5 minutos;

- Logo que nascem os bebés parecem pequenas criaturas alienígenas cobertas por uma substância gelatinosa esbranquiçada, que não emitem qualquer som nem qualquer esboço de movimento, para se tornarem, no minuto seguinte, numa espécie de milagre da vida.


Balanço positivo, sem dúvida! :)

Tuesday, March 11, 2008

Pensamento do dia

"In order to be successful, one must project an image of success at all times."


in American Beauty

Saturday, March 1, 2008

Another discovery


"The flower said I wish i was a tree
The tree said I wish i could be

A different kind of tree

The cat wished that it was a bee
The turtle wished that it could fly

Really high into the sky

Over rooftops and then dive Deep into the sea


And in the sea there is a fish
A fish that has a secret wish

A wish to be a big cactus
With a pink flower on it

And the flower
Would be its offering
Of love to the desert
And the desert
So dry and lonely
That the creatures all

Appreciate the effort

And the rattlesnake said
I wish i had hands so

I could hug you like a man
And then the cactus said
Don't you understand

My skin is covered With sharp spikes
That'll stab you Like a thousand knives
A hug would be nice But hug my flower
With your eyes

And the flower Would be its offering
Of love to the desert
And the desert
So dry and lonely
That the creatures all
Appreciate the effort"

Antsy Pants

Thursday, February 28, 2008

Ricardo, 2008

You're a part time lover and a full time friend
The monkey on you're back is the latest trend

I don't see what anyone can see, in anyone else

But you


Here is the church and here is the steeple

We sure are cute for two ugly people

I don't see what anyone can see, in anyone else

But you


The pebbles forgive me, the trees forgive me
So why can't, you forgive me?

I don't see what anyone can see, in anyone else

But you

Du du du du du du dudu

Du du du du du du dudu

Du du du du du du dudu du


Up up down down left right left right B A start

Just because we use cheats
doesn't mean we're not smart

I don't see what anyone can see, in anyone else

But you


You are always trying to keep it real

I'm in love with how you feel

I don't see what anyone can see, in anyone else

But you


Du du du du du du dudu

Du du du du du du dudu

Du du du du du du dudu du

But you

The Moldy Peaches

Tuesday, February 19, 2008

Antevisão


foto: www.esnpalermo.it

Só para vos mostrar uma de muitas coisas que me esperam,
para o próximo ano lectivo,
por terras sicilianas. :)

Nem um bocadinho de inveja...? Eheheh

Sunday, February 17, 2008

O fim e o princípio


Fim! Fim à época de exames! (Hoje apetece-me escrever sobre coisas, espero não me tornar numa pessoa medíocre...).

Mês e meio (quase 2) de martírio depois entreguei categoricamente o último exame desta época para as mãos de um professor desconfiado e com o sentido de humor apurado (perguntem-me o que acho e diria que também ele é médico-legista... Mas não sei, nunca o tinha visto - que vergonha Rick!!)

Bem, na verdade ainda há o teste de Terapêutica, e é nestas alturas que pergunto porquê? Porque é que a Medicina evoluiu? Tiveram de inventar os fármacos, e não contentes com o facto, inventaram milhares deles...! Bons tempos em que a medicina tradicional se baseava em rezas e em meia dúzia de plantas que se esfregavam nas feridas, ou infundidas em chás horríveis que eram despejados pelas gargantas dos moribundos. Pelo menos não havia tabelas infindáveis de químicos em que há aqueles 150 que fazem exactamente a mesma coisa, mas temos de saber todos na mesma (podiam escolher o melhor e queimar todos os outros, mas não!).
(suspiro), como sinto falta desses tempos...!

No próximo ano, Palermo vai ser a cidade que me vai acolher por um ano lectivo inteiro! E qual é a vantagem nisso: ui, não posso começar a enumerar, porque tenho um compromisso daqui a pouco. Mas sim, estou feliz, será um novo princípio! Pode não se sobrepor a nenhum princípio (alguma ironia aqui, consigo senti-la...), mas será um fresquinho, uma novidade, uma lufada de ar fresco. Sono molto felice.

I wish everyone could see the world like I do: not like I see it, but see it too. Fiz-me entender? Provavelmente não. Mas seria muito mais interessante assim...

(suspiro).

Thursday, February 7, 2008

Facto

Os americanos, para irem à Lua (ou supostamente), passaram anos a desenvolver uma caneta que pudesse ser usada no espaço, visto as condições físicas de gravidade zero assim o exigirem.

Os russos levaram um lápis.

Sunday, February 3, 2008

Esta noite chorei.

Chorei nos braços da minha mãe como há muito tempo não o fazia. Chorei como se fosse ainda um miudo de escola de quem um dia fizeram troça. Chorei porque tinha que chorar, isento de vergonha, medo ou receio de ser julgado.

Mas desta vez não foi por humilhação, não foi por mágoa, não foi capricho. Antes fosse.
Senti por fim o peso da maturidade, tantas vezes forçada por desilusões, pela distância de casa durante os primeiros tempos de faculdade, pela falta de compreensão, pela falta de um ombro de apoio no momento em que uma pequena parte de nos se desmorona. Senti-a chegar como uma vaga ameaçadora, cheia da responsabilidade, a cruel e fria responsabilidade, de um dia ter de enfrentar o mundo; de perceber como nem todas as coisas não são de verdade cheias de côr, ou manhãs de inverno, ou filmes que nos arrebatam, ou de amigos que dizem ter saudades nossas.
Foi o peso, o fardo da responsabilidade de ter de começar a ser adulto, de um dia ter de deixar tanta coisa para trás, de ter de começar a usar calças de vinco e gravata, de não poder ler em voz alto os títulos das revistas cor de rosa na papelaria, de não poder voltar a fazer danças estranhas perante os meus amigos em plena rua, de um dia ter de preencher os papeis do IRS ou de assinar documentos vinculativos à sociedade operária. Tudo porque não quis sentir perder a fé na imaculadada bondade que possa haver em qualquer pessoa. Por me recusar a acreditar que certas coisas que pareciam impossiveis, são-nos a certa altura arremessadas; fazem-nos acordar. Fazem com que nos tornemos adultos, e avisam-nos que temos mesmo que ser adultos, temos de "engolir sapos", temos de nos sujeitar, por vezes até deixar-nos humilhar, tudo porque não temos ainda poder suficiente para contrariá-los, para vincar sem receios os nossos princípios.

Por isso hoje chorei. Chorei porque luto continuamente. Porque uma ténue luz dentro de mim diz-me que não posso perder a fé, que não posso perder os anos que me restam antes de só quase me restar ser adulto (terei tanto tempo para isso...) a pensar que aquilo que sempre acreditei pode não valer a pena.
Chorei para manter vivo dentro de mim o desejo de não sucumbir à amargura da injustiça (e oh, como tenho razões!) e deixar que o sonho continue a preserverar, que continue a fazer-me acreditar que, se cheguei até aqui, é porque estou destinado a alguma coisa. É porque realmente vale(u) a pena. É isso que me mantém vivo.

E sempre, mas sempre, com um sorriso.

Sunday, January 6, 2008

A verdadeira "Inconvenient Truth"

Após uma viagem acidental ao Youtube, para ver alguns vídeos relacionados com o "ataque" do 11 de Setembro 2001 (motivado por uma cena de um episódio de Brothers & Sisters), dei por mim a ver um género de documentário, dividido em 19 partes, que um utilizador colocou no site, chamado 9/11 Coincidences.
É do conhecimento geral que havia, desde há algum tempo, um borborinho a correr sobre a qualidade dos acontecimentos daquela manhã em Nova Iorque: ataque ou... algo planeado? É normal que a maior parte das pessoas continua a acreditar que foram extremistas da Al-Qaeda, uns suicidas desvairados, que conduziram aviões Boeing comerciais contra as torres do World Trade Center (WTC). Ora, o que a maior parte das pessoas (incluindo eu) não sabe são os factos (e que factos!), porque não convém que sejam divulgados.

Factos tais como o edifício 7 do WTC ter sido demolido no mesmo dia que as os WTC 1 e 2, sem evidenciar sinais de risco de desabamento, e mais flagrante ainda: a demolição ocorreu como tendo sido programada durante meses, pela maneira como implodiu. Então porque foi o WTC 7 demolido? Este edifício continha um largo arquivo que possuía imensos documentos sobre fraudes, burlas, registos de eventos que aconteciam no complexo do WTC (tais como registos de câmaras de vigilância, projectos de segurança e outras alterações que tinham directa ou indirectamente a ver com todo o funcionamento do complexo). Porque terá sido demolido então...?
Ou então o facto de a Al-Qaeda ter sido criada pela CIA nos anos 80 (sim, é verdade), e que esta mesma organização financiou os talibãs de modo a poderem "restabelecer a ordem no Afeganistão". Um pouco irónico, não acham...?
Ou então o furor sobre a construção de uma rede de tubos que deviam conduzir o petróleo através do Afeganistão, reinvidicada pelos EUA, mas que os afegãos não autorizaram que fosse construído. Teoricamente essa rede de tubos tinham como objectivo afastar o mais possível as fontes de petróleo da grande potência vizinha: a China, que na altura se ameaçava tornar na maior potência global. Porque é que isto nunca passou cá para fora...?

Podia continuar aqui a noite toda, pois há ainda mais, muito mais factos que apoiam a teoria de que os acontecimentos do 11 de Setembro foram um "inside job". Para mim, como sabe quem me conhece, que nunca fui um grande activista em nenhum movimento político e normalmente nunca estou muito dentro dos assuntos relacionados com os Governos, sem dúvida que isso mudou a partir de hoje. É de bradar aos céus como é possível terem acontecido atrocidades como esta mesmo debaixo dos nossos narizes, e pior! ninguém parece preocupado em fazer alguma coisa por isso! Revolta-me, enjoa-me, e entristece-me, que estejamos todos tão adormecidos (como eu estava) em relação ao modo como valores tornados triviais como a confiança nos que estão no topo (que nunca foi muita) pode desvanecer-se tal como o pó do cimento que constituía aquelas torres. Mas onde é que vamos parar? Porquê isto tudo....?

A resposta é bem simples: dinheiro (triste, mas verdade).

Aqui fica o link para a primeira parte do documentário. Quando arranjarem um tempo livre, podem (e têm de) ver os restantes 18 vídeos na barra dos "Related Videos".


Friday, January 4, 2008

"Do you ever feel out of place?
Like somehow you just don't belong
And no one understands you.

Are you desperate to find something more,
Before your life is over?
Are you sick of everyone around,
With their big fake smiles and stupid lies?"

Simple Plan