Wednesday, May 28, 2008

could it be?

Estar apaixonado é como ter uma doença mental; uma esquizofrenia, uma psicose, uma doença psiquiátrica qualquer:
- Não se sabe a causa orgânica que despoletou os sintomas
- Acreditamos numa realidade inexistente, mesmo quando toda a genta à nossa volta nos diz o contrário ("esses sons que ouves não existem!"; "não vês que ele é um filho da ... e não serve para ti?")
- Temos pensamentos recorrentes (de morte, por exemplo, num caso, e na pessoa por quem estamos apaixonados, no outro)
- Não se sabe o mecanismo de "cura", nem as causas que a favoreceram (se pensarmos bem, porque razão deixamos, de um momento para o outro, de gostar da pessoa? Ou será uma evolução gradual? Ou nunca deixamos de gostar verdadeiramente, e ficamos à procura de projectar esses sentimentos na próxima pessoa? Isto porque acredito que procuramos sempre a mesma pessoa ao longo da nossa vida)
- E é verdade, pode acontecer a qualquer um.

Uma amiga um dia disse-me que gostava de saber qual é o mecanismo químico que faz com que nos apaixonemos, e porquê. Não consigo deixar de pensar noutro montão de questões: atrai-nos no outro o que nos falta em nós?, Ou será a procura do parceiro com os melhores genes para assegurar uma descendência forte e superior?, Ou poderá ser aquele sorriso esquivo de cumplicidade numa fila do cinema, a maneira como veste desajeitadamente o casaco, o olhar petrificado com que fica quando está num concerto de jazz, ou mesmo a gargalhada aliviadora numa tarde de café com os amigos? ...

Descobrir o "caminho químico" da paixão/amor seria vantajoso para descobrir, talvez, um fármaco que revertesse a dôr de quem está apaixonado e não é retribuido, por exemplo.
Mas o que seria de nós então? Meros robôs? Brinquedos tele-comandados por impulsos artificiais do cérebro? Hmmm... Naaaaaa!

Eu cá prefiro as borboletas no estômago, a suavidade da tua pele, o vazio de te ver partir, a dôr excruciante de quando não estas mais lá. Isso sim, é poder sentir-me vivo.

Saturday, May 24, 2008

Our death is our wedding with eternity.
What is the secret ?
God is one.
The sunlight splits when entering the windows of the house.
This multiplicity exists in the cluster of grapes.
It is not in the juice made from the grapes.
For he who is living in the light of god,
The death of the carnal soul is a blessing.
Regarding him say neither bad nor good.
For he has gone beyond the good and the bad.
Fix your eyes on god and do not talk about what is invisible,
So that he may place another look in your eyes.
It is the eternal light which is the light of god.
The ephemeral light is an attribute of the body and the flesh.
Oh god, who gives the grace of vision.
The bird of vision is flying toward you
With the wings of desire.

From de Mystic Odes
Mawlānā Rūmī (Poeta persa)

Tuesday, May 20, 2008

Barcelona

Absorvi-te porque caminhei pelas tuas ruas vazias. E por aquelas cheias de gente.
Porque são as pessoas que fazem de ti a cidade que és, que me fez apaixonar outra vez.
Uma lufada de ar fresco, de novo o crepitar das emoções há muito adormecidas.
Também pelo catalão, bruto e antipático. Pelo castelhano suave da população sul-americana.

É disto tudo e muito, muito mais, que se faz a poesia que se ouve do alto de Montjuic, dos átrios dos museus, das ruas estreitas, das avenidas, do verde dos parques, das línguas que se ouvem na rua. E tudo isto só em 4 dias...

Rendi-me.

"Barcelona
It was the first time that we met
Barcelona
How can I forget
The moment that you stepped into the room
You took my breath away
Barcelona
La música vibró
Barcelona
Y ella nos unió
And if God willing we will meet again someday"

Friday, May 2, 2008

Coimbra


Talvez porque não é a primeira vez
Nem será a última.
Mas é o mesmo sentimento, a mesma paixão que me move.

São aqueles que há muito tempo não trajavam, e passam para cima e para baixo, na rua.
Talvez seja o calor tímido de Maio, o espírito inaudível, invisível mas tão entranhado... O orgulho de ser estudante de Coimbra.

Apenas a velha máxima se aplica aqui: só o sente quem cá está.
As lágrimas dos que partem, os sorrisos tímidos do que vestem o traje pela primeira vez.
Que saudades de vestir o traje pela primeira vez...

Uma multidão sem precedentes, o respeito pela tradição... A saudade...
O amor por esta academia, que uma vez por ano nos relembra da sorte que temos.

Adoro-te Coimbra... e odeio-te por isso.