Sometimes...

As vezes tenho esta sensação, este frio no estômago: I don't belong here. As coisas que me dizes, as exigências que me fazes, as piadas que me mandas, as pessoas com quem te dás.

Mas afinal quem sou eu?
Será que sabes?

Eu não sei quem sou, e queria tanto saber. Queria encontrar-me, viver em paz, sem que me chateasses só de vez em quando. Às vezes vejo-te e sorris-me, e de seguida dizes algo sem sentido, algo que um 16 year old diria. Fico triste.

É nessas alturas que realmente me sinto o homem de vermelho. Gosto de tentar ser o homem de vermelho, sem misturas, sem segundas intenções, sem sorrisos de conveniência, porque já me disseram que "there's nothing worse in life than being ordinary", e eu não quero saber se isso é ou não verdade. Não quero ser normal. Mas às vezes sinto-me a caminhar nessa direcção, e assusto-me.

É verdade, não gosto da normalidade nem da futilidade, detesto seguir multidões: gosto da curiosidade, gosto do desconhecido, essa velha besta que persigo desde que me lembro de fazer 5 mil perguntas por dia à minha mãe. Esse mesmo desconhecido, e essa vontade de ser diferente que sempre me invadiu, e que por vezes me tentou destruir. Tal como sei o que não quero ser, sei o que tento ser. E parafraseando-te, João, a mim o que me interessa saber todas as manhãs é que me procuro. Ter em mente que nesse dia vou tentar encontrar um pouco mais de mim.

Ao mesmo tempo sinto-me rodeado de pessoas muito diferentes, onde não me revejo, às vezes... E fico triste... Às vezes.

Estás longe, tão longe de mim... Estendo-te a mão e não aceitas, preferes ser cinzento.

There's nothing else I can do.