could it be?
- Não se sabe a causa orgânica que despoletou os sintomas
- Acreditamos numa realidade inexistente, mesmo quando toda a genta à nossa volta nos diz o contrário ("esses sons que ouves não existem!"; "não vês que ele é um filho da ... e não serve para ti?")
- Temos pensamentos recorrentes (de morte, por exemplo, num caso, e na pessoa por quem estamos apaixonados, no outro)
- Não se sabe o mecanismo de "cura", nem as causas que a favoreceram (se pensarmos bem, porque razão deixamos, de um momento para o outro, de gostar da pessoa? Ou será uma evolução gradual? Ou nunca deixamos de gostar verdadeiramente, e ficamos à procura de projectar esses sentimentos na próxima pessoa? Isto porque acredito que procuramos sempre a mesma pessoa ao longo da nossa vida)
- E é verdade, pode acontecer a qualquer um.
Uma amiga um dia disse-me que gostava de saber qual é o mecanismo químico que faz com que nos apaixonemos, e porquê. Não consigo deixar de pensar noutro montão de questões: atrai-nos no outro o que nos falta em nós?, Ou será a procura do parceiro com os melhores genes para assegurar uma descendência forte e superior?, Ou poderá ser aquele sorriso esquivo de cumplicidade numa fila do cinema, a maneira como veste desajeitadamente o casaco, o olhar petrificado com que fica quando está num concerto de jazz, ou mesmo a gargalhada aliviadora numa tarde de café com os amigos? ...
Descobrir o "caminho químico" da paixão/amor seria vantajoso para descobrir, talvez, um fármaco que revertesse a dôr de quem está apaixonado e não é retribuido, por exemplo.
Mas o que seria de nós então? Meros robôs? Brinquedos tele-comandados por impulsos artificiais do cérebro? Hmmm... Naaaaaa!
Eu cá prefiro as borboletas no estômago, a suavidade da tua pele, o vazio de te ver partir, a dôr excruciante de quando não estas mais lá. Isso sim, é poder sentir-me vivo.